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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Planeta Extremo mergulha no buraco azul mais profundo da Terra


O repórter Clayton Conservani desceu até uma das cavernas mais perigosas do mundo nas Bahamas.
O arquipélago das Bahamas deixa qualquer um de queixo caído. As praias são de água cristalina, cor verde esmeralda, quase sempre desertas. Em uma delas, em Long Island, está guardado um tesouro da natureza: o buraco azul mais profundo do planeta, cobiçado pelos melhores mergulhadores do mundo. Dean's Blue Hole, o Buraco Azul do Dean, tem 202 metros de profundidade, é um gargalo escuro e misterioso.

 Outro lugar sagrado para os mergulhadores é a caverna na Ilha de Andros. É praticamente um ponto secreto de mergulho. Para entrar na água, é preciso saltar quatro metros de altura. Com o impacto, Clayton quebra um pedaço do dente. Somos os primeiros brasileiros nessa caverna.



A equipe do Planeta Extremo foi até Ginnie Springs, na Flórida, nos Estados Unidos, berço do mergulho em caverna, considerado um dos esportes mais arriscados do mundo. Para aprender essa atividade, é preciso dedicação, treinamento e equipamentos apropriados. No local, o repórter Clayton Conservani fez um curso intensivo com o instrutor Romeu Dib para conseguir a credencial para explorar qualquer caverna. 



É a exploração mais profunda de Clayton nas Bahamas e a mais perigosa. É preciso ficar atento para os efeitos da narcose, uma espécie de embriaguez das profundezas por causa do nitrogênio inspirado. O mergulhador fica eufórico, desorientado, e corre risco de cometer algum erro técnico. Nessa profundidade, pode ser fatal. 







“Foi espetacular, lindo. Não tinha motivo pra pânico, para ficar nervoso. Eu só tentava buscar bons pensamentos e explorar esse lugar mágico, toda a beleza dessa caverna”, comenta Clayton Conservani.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Tubarão de 500 kg salta do mar para dentro de barco na África do Sul

Já pensou você voltando do mergulho bem deitado no barco e de repente recebesse uma visita inesperada...

Tubarão pula dentro de barco na cidade costeira de Mossel Bay, no sudeste da África do Sul

Um tubarão branco de 500 kg e três metros de comprimento conseguiu pular para dentro de um barco de pesquisa na África do Sul, na última segunda-feira.

O fato ocorreu enquanto pesquisadores da vida marinha trabalhavam na cidade costeira de Mossel Bay, no sudeste do país, em um projeto que visa identificar tubarões brancos e analisar as populações da espécie na África do Sul.

A especialista de campo Dorien Schroder e outros seis tripulantes atiravam sardinhas ao mar para atrair tubarões e, desta forma, fazer fotos de suas barbatanas dorsais para identificar cada um deles e estimar quantos tubarões vivem na baía da região.

"Geralmente, quando fazemos isto, um certo número de tubarões fica em volta do barco", disse à BBC Schroder, que faz pesquisas para a organização Oceans Research, como parte do Projeto Grande Tubarão Branco.

"Foi quando ouvi um barulho e, quando me virei, um grande tubarão branco estava no ar, logo acima de uma das minhas estagiárias."
Schroder conta que, "por sorte, a estagiária deu um passo em minha direção", e, devido a isso, o tubarão não caiu em cima dela.

"Mais tarde, ela me disse que pensou que eu saberia o que fazer, e por isso foi na minha direção."

Ajuda

A pesquisadora agarrou a estagiária pela camiseta e a levou até outra parte do barco.

O tubarão, por sua vez, caiu e inicialmente ficou com metade do corpo dentro do barco. Mas, segundo Schroder, "devido ao fato de os tubarões apenas de moverem para frente, ele entrou totalmente no barco".

"E, claro, ele estava em pânico, não pensou que cairia no barco, (o tubarão) pensou que cairia na água. Então ele ficou se debatendo", disse.

"Todos os estagiários foram para outra parte do barco e nós esperamos o tubarão se acalmar para fazermos alguma coisa", afirmou.

No entanto, devido ao peso do tubarão, Dorien e os estagiários tiveram de pedir ajuda para tirá-lo do barco. Pelo rádio, a pesquisadora chamou outros dois cientistas da Oceans Research que estavam em terra, e um dos diretores da organização, Ryan Johnson, foi para o local.

"Nós recebemos um pedido de socorro pelo rádio, da Dorien, fomos até lá e, em quatro pessoas, esperávamos tirar o tubarão (do barco). Mas, quando chegamos lá e vimos a situação, percebemos que não ia ser assim: ele tinha três metros e 500 kg e queria morder", disse Johnson à BBC.

"Depois de algumas tentativas de jogar ele de volta ao mar, entramos em contato com as autoridades portuárias e pedimos ajuda (para tirar o tubarão do barco)."
O cientista afirma que deve ter sido uma "experiência incrivelmente estressante para o tubarão" e diz que os cientistas tentaram jogar água no tubarão durante todo o tempo.

Segundo Johnson, depois de conseguir mais ajuda junto a um barco de pesca, o tubarão foi retirado do barco pela cauda, pendurado em cordas.

Desorientado

O diretor da Ocean Research diz que o tubarão estava desorientado e estressado devido à experiência dentro do barco.

"Devido ao estresse que ele passou, ele nadou pela baía, que era um lugar estranho para ele), e em direção à praia", afirma Johnson.

Os cientistas foram então para a água, a fim de tentar ajudar o tubarão a sair da praia. Depois de algumas tentativas sem sucesso, eles decidiram amarrar o animal em um dos barcos e levá-lo ao mar, onde ele foi solto.

Schroder disse à BBC que, depois do encontro com o grande tubarão, o barco já está de volta à água.

"Algumas coisas se quebraram, a fibra de vidro se rompeu quando o tubarão caiu lá, mas consertamos no mesmo dia e ele (o barco) já voltou para a água", disse.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Família Schurmann acha submarino que afundou na II Guerra

O U-513 foi o primeiro e único encontrado até hoje no Brasil


Durante a II Guerra Mundial, dez submarinos alemães e um italiano foram bombardeados e afundaram na costa brasileira. O U-513 foi o primeiro e único encontrado até hoje.

Há 68 anos, durante a Segunda Guerra Mundial, um avião americano localizava, em águas brasileiras, um submarino alemão. Esta semana uma descoberta histórica, uma família de velejadores encontrou o U-513 no fundo do mar.

Velas ao vento. Missão: encontrar o U-513, um submarino alemão que foi bombardeado e afundou em águas brasileiras durante a Segunda Guerra Mundial. O Fantástico acompanhou o início desta história.

Em 2009, a equipe do Fantástico acompanhou a família Schurmann em mais uma aventura. Depois de dois anos de buscas, o flagrante da grande descoberta. “O leme tem cinco metros na planta e aqui tem cinco metros. Achamos”, comemora o comandante da expedição, Vilfredo Shurmann.

O desafio da equipe comandada pela família Schurmann foi algo como procurar uma agulha num palheiro. Vasculhar uma área de 200 quilômetros quadrados exigiu muita pesquisa, paciência e tecnologia.

Um equipamento chamado magnetômetro, foi fundamental. Ele localiza objetos de metal no fundo do mar e é capaz de dimensionar o tamanho e o peso de tudo o que rastreia.

“Nós pudemos calcular que existia um objeto lá embaixo, com um peso entre 600 e 1mil toneladas. Bom, o submarino alemão tem exatamente 760 toneladas, então este foi o primeiro indício para o achado”, explica o oceanógrafo
Lindino Benedette.

Outro aparelho, o sonar de varredura, completou o serviço. Ele funciona de um jeito simples: emite sons e depois capta o eco para compor o desenho. O resultado é uma espécie de ultrassonografia do submarino, que esta semana vai completar 68 anos intocado no fundo do mar.

“É uma foto semelhante a uma ultrassonograia feita em bebês, só que no mar”, explica o oceanógrafo Thomaz Tessler.

Durante a Segunda Guerra Mundial, dez submarinos alemães e um italiano foram bombardeados e afundaram na costa brasileira. O U-513 foi o primeiro e único encontrado até hoje.

Em junho de 1943, o submarino alemão patrulhava a rota Buenos Aires - Rio de janeiro com a missão de afundar qualquer navio aliado. Dentro dele, 53 tripulantes, 22 torpedos e 44 minas. O U-513 tinha fama de aterrorizar navios mercantes. Só na costa brasileira, em menos de um mês, afundou três embarcações.

“Havia uma estratégia de guerra global, e isso incluía o patrulhamento da nossa costa, patrulhamento de toda essa região que era rota de passagem de navios que levavam mantimentos, levavam matéria prima, uma série de materiais que eram importantes para os aliados”, diz o jornalista e pesquisador, Roberto Sander.

Em 19 de julho de 1943, um hidroavião americano decola junto à costa de Florianópolis com uma missão: localizar e abater o submarino inimigo. Por horas, nada foi encontrado. Até que, às 15h30, o piloto percebeu um ponto em alto mar. Era o submarino, que navegava na superfície, aí começou um ataque anti-aéreo.

Em uma atitude quase Kamikaze, o avião deu um rasante a apenas 15 metros de altura e soltou seis bombas de 225 quilos cada.

Duas bombas acertaram em cheio o casco do submarino, que afundou em poucos minutos. Apenas sete tripulantes que estavam no convés sobreviveram, e isso graças a um bote lançado pelo próprio avião que fez o ataque.

“Nós fomos para os Estados Unidos, onde nós fizemos uma pesquisa bem extensa nos arquivos secretos de guerra. Fomos para a Alemanha também visitar o museu do U-BOAT para ver tudo que tinha. Nós descobrimos o diário de bordo do navio que resgatou os sobreviventes do submarino, então a partir tivemos mais ou menos uma ideia de onde é que estava o submarino”, conta Heloísa Schurmann.

O U-513 foi localizado cerca de 85 quilômetros ao leste de Florianópolis . O ponto exato é segredo.

“Por isso nós estamos guardando a sua posição a sete chaves para ninguém poder tocar nele até podermos registrar as primeiras imagens oculares lá”, explica o cineasta David Schurmann.

Começa agora uma nova etapa da expedição, a 135 metros de profundidade: “a gente vai precisar mandar um robô lá embaixo para poder filmar, e quem sabe até entrar dentro do submarino, que seria um sonho”, diz Shurmann.

Entrar e quem sabe descobrir que segredos deste tesouro da história mundial.