Grupo com 360 cientistas de treze países trabalhou durante uma década.
Crustáceos representam quase um quinto da vida marinha conhecida.
Exemplar de peixe-dragão, do tamanho de uma banana, um dos habitantes das regiões abissais nos oceanos. (Foto: Dr. Julian Finn, Museum Victoria)
O Censo da Vida Marinha, projeto composto por 360 cientistas de treze países, divulgou nesta segunda-feira (2) uma lista de espécies oceânicas e a distribuição delas em 25 regiões representativas em termos bioológicos.
O levantamento durou uma década e somou informações a dados coletados durante centenas de anos, referentes à composição da fauna presente em grandes áreas oceânicas.
Publicada no jornal de acesso livre online PLoS ONE, a coleção de artigos servirá para guiar a exploração futura de águas ainda desconhecidas, em especial alusão à região abissal do mar. Um resumo final com os resultados do projeto será divulgado em 4 de outubro, durante cerimônia em Londres.
Método
Dados obtidos há centenas de anos foram cruzados com as informações geradas após uma década de trabalho. Conhecido como Censo da Vida Marinha, o grupo que conduziu o levantamento pesquisou espécies em 25 regiões representativas em termos biológicos em todo o mundo. Uma das áreas contempladas pela pesquisa foi a costa brasileira.
Segundo os pesquisadores, o número de espécies conhecidas nas 25 áreas varia entre 2,6 mil a 33 mil, com média fixada em 10,750 mil. Águas japonesas e australianas apresentaram o valor máximo de variedade nos indivíduos.
Exemplar de gastrópode do gênero 'lambis chiragra', catalogado na costa da China. (Foto: Shaoqing Wang/Census of Marine Life)
Crustáceos como lagostas, camarões e siris lideram o ranking de presenças nos oceanos, segundo o Censo, representando 19% das espécies catalogadas. Moluscos (17%) e peixes (12%, incluindo tubarões) aparecem logo após. As três categorias respondem por quase metade da vida marinha conhecida.
Cetáceos e outros vertebrados como leões-marinhos, focas, tartarugas e lontras representam apenas 2% do total de espécies presentes nas 25 regiões analisadas.
Entre as espécies mais "cosmopolitas", ou seja, mais comuns em todos os locais estudados estão algas microscópicas, protozoários e pequenos crustáceos que se alimentam de plânctons.
Também são constantes animais que dependem das águas para obter alimento como aves e mamíferos.
A expécie de peixe Chauliodus sloani povoa quase um quarto das 25 regiões estudadas, sendo considerada pelos pesquisadores como o animal mais comum nos oceanos.
Desconhecido
Segundo os integrantes do Censo da Vida Marinha, há ainda 5 mil espécies de peixes marinhos a serem descobertas.
A proporção de espécies ainda não descobertas é estimada entre 39% e 58% na Antártida, 38% na África do Sul, 70% no Japão, 75% no fundo do Mar Mediterrâneo e mais de 80% na Austrália.
Espécie de anêmona presente nas águas do Golfo do México a 1,5 mil metros de profundidade. (Foto: I. MacDonald)
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