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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O buraco azul, belize

Situado à 96,5km do continente de belize está este incrível “fenômeno geográfico” conhecido como O Buraco Azul. Existem numerosos buracos azuis pelo mundo, mas nenhum tão impressionante como este.
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Próximo à superfície, perto do circulo perfeito ele mede uns 400 metros, e a profundidade central chega aos 145 metros. Obviamente o buraco é um grande sucesso com os mergulhadores.1350592620_ae26ba69dd
Esse desenho mostra como é o interior do "Buraco azul"

Com roupa especial, cachorro tem aulas de mergulho na Rússia

Qualquer dono de um cão da raça dachshund sabe que o animal raramente recua de um desafio. Na Rússia, essa reputação estão atingindo um novo patamar: as profundezas do oceano.
O dachshund Bonifácio está fazendo aulas de mergulho com seu dono, Sergei Gorbunov.
Mergulhador profissional na cidade de Vladivostok, na costa do Pacífico, Gorbunov fez um traje de mergulho completo com capacete para o cão e está ensinando os truques da atividade a ele.

AP
Cão da raça dachshund tem aulas de mergulho com o dono, na Rússia

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Aquário gigante com 5 mil peixes é inaugurado em Hong Kong


Espetáculos grandiosos com efeitos especiais e cerca de 5 mil peixes de 400 espécies são as atrações do novo aquário de Hong Kong, na China, inaugurado nesta quarta-feira (26/01).

O Aqua City como é chamado o novo espaço, chama a atenção pelas instalações, mas também pelos animais que abriga como o tubarão gigante que se exibe para as câmeras dos visitantes.

O lugar ainda possui, segundo o presidente do parque, Allan Zeman, uma tela de projeção de água de 360º e um restaurante com vista panorâmica para a vida marinha.

Fotógrafo flagra fenômeno luminoso inusitado na Austrália


Parece que se trata do surgimento de um super-herói com poderes radiativos. Mas não. O fotógrafo Phil Hart, de 34 anos, garante ter clicado um fenômeno da natureza. Sem qualquer manipulação. Phil disse apenas ter captado as imagens na câmera usando baixíssima velocidade.

O cenário é um lago em Gippsland, no estado de Victoria (Austrália). A luz azulada é produto de uma reação química chamada "bioluminiscência", que surge quando pequenos organismos na água se agitam.

As imagens impressionam pela imensa quantidade de micro-organismos "Noctiluca Scintillans".

"Ninguém se lembra de uma noite em que a luminiscência tenha estado como essa noite. Eu me senti um cara de sorte por ter registrado", contou Phil, segundo o "Sun".

Os 10 animais mais ameaçados do mundo

A organização não-governamental WWF – World Wide Fund for Nature divulgou uma lista em que relaciona as 10 espécies mais ameaçadas de extinção em 2010. A situação dos tigres ao redor do mundo é a mais preocupante. O documento inclui ainda cinco espécies diretamente afetadas pelas mudanças climáticas: a borboleta-monarca, a morsa do Pacífico, a tartaruga-de-couro, o pinguim-de-magalhães e o urso polar.

Veja o ranking:
1) Tigre (Panthera tigris) - Ao longo do último século, a população desse animal foi reduzida em 95%, como resultado da caça, principalmente. Hoje, existem apenas 3,2 mil tigres na natureza. O início do ano do tigre no calendário chinês, em fevereiro, deve marcar um importante período de esforços pela conservação da espécie

1) Tigre (Panthera tigris) – Ao longo do último século, a população desse animal foi reduzida em 95%, como resultado da caça, principalmente. Hoje, existem apenas 3,2 mil tigres na natureza. O início do ano do tigre no calendário chinês, em fevereiro, deve marcar um importante período de esforços pela conservação da espécie.

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2) Urso polar (Ursus maritimus)
– O animal tornou-se um símbolo dos impactos das mudanças climáticas na fauna. Muitos representantes da espécie estarão à beira de desaparecer neste século, caso o aquecimento no Ártico continuar em ritmo acelerado.

morsa

3) Morsa do Pacífico (Odobenus rosmarus divergens)
– A espécie utiliza blocos de gelo que flutuam sobre o mar para descansar, criar os filhotes e se proteger de predadores. Com o gelo do Ártico derretendo, o animal está perdendo seu hábitat.

pinguim
 
4) Pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) – Pesquisadores apontam que mudanças nas correntes e temperaturas oceânicas podem ser responsáveis por fazer os pinguins se deslocarem mais de 1,6 mil quilômetros da área a que estão habituados a viver, no sul argentino. Doze das 17 espécies de pinguins estão enfrentando rápido declínio populacional.

tartaruga

5) Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriaceathe)
– Recentes estimativas indicam que o número de representantes da espécie está sendo reduzido: há menos de 2,3 mil fêmeas desses animais na natureza, o que torna a tartaruga-de-couro a mais ameaçada entre as tartarugas marinhas.

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6) Atum-azul (Thunnus thynnus)
– Encontrado no leste do Atlântico e no Mar Mediterrâneo, este peixe está ameaçado pela pesca predatória.

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7) Gorila-de-montanha (Gorilla beringei beringei) – Estimativas dão conta de que existem apenas 720 desses animais na natureza – mais de 200 deles em um parque no Congo, na África. Há iniciativas isoladas que possibilitaram o aumento dessa população na última década, mas a espécie ainda corre grande perigo.

borboleta

8 ) Borboleta-monarca (Danaus plexippus)
– Todos os anos, milhares de borboletas-monarca migram do norte da América para o México. A proteção de seus locais de reprodução no Canadá e nos Estados, além da proteção e restauração de seu hábitat no México são essenciais para conservar a espécie.

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9) Rinoceronte-de-java (Rhinoceros sondaicus)
– Entre os grandes mamíferos, é considerado o mais ameaçado do mundo. Há apenas dois grupos da espécie existentes na natureza, com menos de 60 animais.

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10) Panda-gigante (Ailuropoda melanoleuca) –Restam somente 1,6 mil desses animais na natureza – mas que vivem em 20 áreas geograficamente isoladas. Os pandas-gigantes estão ameaçados pela destruição de seu hábitat, principalmente pela ação humana.
(Fotos: Shutterstock)

Filhote de jubarte brinca com cinegrafista submarino por 1h


O cinegrafista submarino Roger Muns estava em Toku (região de baías e enseadas isolada na ilha do Oceano Pacífico) para filmar o ritual de acasalamento de baleias jubarte gigantes.

Porém, enquanto ele observava os animais adultos competindo uns com os outros, a baleia que se aproximou dele foi uma menor, provavelmente ainda filhote, segundo informações do jornal Daily Mail.

Durante uma hora o animal de cerca de 13 metros “dançou” com Roger e parecia fazer pose para a sua câmera.

Segundo o cinegrafista, o filhote parecia querer brincar, assim como um cachorrinho faz. “De perto, não percebi o quão grande ele realmente era. Com certeza, foi um dos momentos mais divertidos que já passei na água”, disse Roger.

Heloiza Camargo

Baleia rara se enrosca em corda e fica presa pela boca


Uma fêmea de baleia-franca do Atlântico Norte foi libertada de uma corda que a incomodava nos mares da Flórida. Ela se enroscou em um cabo de cerca de 60 metros que acabou se fixando em sua boca.
Duas tentativas de resgate foram realizadas, mas na primeira os especialistas não conseguiram retirar todo o material, segundo informações do jornal The Sun.

Para salvar a baleia, eles precisaram sedá-la e desembaraçar a corda restante de cerca de 15 metros que continuava presa em sua boca.

Os cientistas agora estão seguindo a baleia para garantir que ela tenha uma recuperação completa.
Em todo o mundo só existem cerca de 400 animais da espécie que chega a medir 9 metros.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A Chave da Flutuabilidade

Ao observar um bom instrutor, um mergulhador de cavernas ou um fotógrafo submarino experiente, mergulhadores principiantes muitas vezes se perguntam: "por que ele consome tão pouco ar ?", "como ele nada com tamanha facilidade ?" ou "como ela consegue ficar parada a 30 cm de um coral para tirar aquela foto sem encostar em nada ?". Na maior parte das vezes a resposta é simples: por que estes mergulhadores possuem um excelente controle de flutuabilidade.

O controle de flutuabilidde é uma das técnicas mais importantes e menos conhecidas do mergulho autônomo, diferenciando facilmente os mergulhadores mais competentes. Sem um bom controle de flutuabilidade, o mergulhador faz mais esforço, consome mais ar, aproveita menos o mergulho e muitas vezes acaba danificando corais ou levantando sedimentos do fundo, reduzindo a visibilidade.

Ensinar um aluno a manter a flutuabilidade neutra, com um ângulo adequado do corpo para cada situação e controlando sua posição vertical apenas com sua respiração é uma das tarefas mais difíceis para os instrutores de mergulho. Isto por que o controle de flutuabilidade exige um ajuste perfeito do equipamento e muita, muita prática por parte do mergulhador. Os cursos básicos simplesmente não tem tempo para ensinar esta técnica e os avançados muitas vezes se esquecem de sua importância.

Durante seu primeiro curso, todo mergulhador aprende o princípio básico do controle de flutuabilidade: o princípio de Arquimedes: "Todo corpo imerso em um fluído (a água) sofrerá a ação de uma força vertical, em sentido oposto ao peso e intensidade igual ao peso do volume de fluído deslocado - é o chamado empuxo." Quando o peso é maior que o empuxo, o mergulhador é dito "negativo" e afunda. Quando o empuxo é maior que o peso, o mergulhador está "positivo" e bóia. E quando o peso é igual ao empuxo, o mergulhador atinge o nirvana submarino - a flutuabilidade neutra. Uma vez que o mergulhador está "neutro" debaixo d’água ele não precisa fazer esforço para se manter a meia água, sem afundar ou ser levado contra a vontade de volta à superfície.

O problema é que o equipamento, o ambiente e até mesmo a condição física do mergulhador afetam este delicado equilíbrio de um dia para o outro e até mesmo durante o mergulho. Por isto é preciso um treinamento especial para se dominar a técnica do controle de flutuabilidade.

Mas você não precisa se matricular em um curso de pós-graduação em mergulho para se tornar um expert na arte do controle de flutuabilidade. Basta vontade, paciência e um pouco de dedicação. Como o acesso a um local de mergulho com água relativamente tranquila não é fácil no Brasil, você pode começar seu treinamento na piscina e depois ajustar sua técnica no mar.

Ajuste do equipamento

O primeiro passo é o ajuste do equipamento. Você terá que repetir esta etapa toda vez que trocar de roupa, cilindro ou colete ou passar da água salgada para água doce e vice-versa. A preparação do equipamento é fundamental, pois somente com o equipamento perfeitamente ajustado é possível obter a flutuabilidade ideal. Vamos analisar cada um dos principais equipamentos em detalhe.

Roupa: a roupa úmida, é um dos grandes responsáveis pelas dificuldades no controle de flutuabilidade, já que quando o mergulhador desce, a pressão da água comprime a roupa, diminuindo seu volume e tornando o mergulhador mais negativo. Uma roupa de lycra não altera a flutuabilidade com a profundidade, enquanto que a diferença de flutuabilidade entre 10 e 30 metros de uma roupa de 3 mm é muito menor que a de uma roupa de 7 mm. Assim, escolha a roupa mais fina possível para cada mergulho (sem correr o risco de passar frio, é claro) e ajuste o lastro de acordo.

Lastro: o cinto de lastro é o grande vilão do controle de flutuabilidade. A maioria dos mergulhadores utiliza muito mais lastro que o necessário, o que os obriga a colocar mais ar no colete e inviabiliza um bom controle de flutuabilidade. O segredo é utilizar o mínimo de lastro possível para conseguir permanecer neutro a 3 m de profundidade com o cilindro quase vazio e distribuir este peso da melhor forma possível pelo corpo. Determinar a quantidade de lastro é o objetivo do primeiro exercício em piscina e é um processo que deve ser repetido a cada troca de equipamento ou de ambiente de mergulho. Isto significa que o cinto de lastro não é o único lugar para se pendurar o chumbo ! O lastro pode também ser colocado nas pernas, no cilindro próximo à cabeça ou no colete, tudo em função da necessidade - mais adiante você aprenderá a melhor forma de distribuir o lastro para obter a flutuabilidade ideal.

Em geral, para mergulhos profundos ou em locais com muita corrente, a condição de lastreamento usual não é adequada, pois no fundo você provavelmente estará muito negativo e terá que inflar mais o seu colete, aumentando o arrasto. A solução para este problema é utilizar os chamados drop weights, peças de um ou dois quilos de lastro equipadas com mosquetões. Presos ao seu cinto de lastro ou colete no início do mergulho, os drop weights podem ser soltos quando o mergulhador chega ao fundo e presos ao cabo de descida. No final do mergulho, antes de iniciar a subida, o mergulhador recupera os drop weights e inicia a subida. O risco desta solução é não conseguir encontrar os lastros e estar positivo demais para uma subida ou descompressão segura.

Colete: o principal objetivo do colete equilibrador é compensar os efeitos da pressão sobre a roupa, ajudando o mergulhador a manter a flutuabilidade neutra independentemente da profundidade. Na hora da escolha, vale o mesmo princípio do lastro: quanto menor, melhor. Desde que o colete forneça flutuabilidade suficiente na profundidade máxima, tamanho excessivo só serve para aumentar o arrasto e o esforço que o mergulhador tem de fazer para se movimentar. Do ponto de vista da flutuabilidade, o colete ideal é pequeno, permanece próximo ao corpo, não prende ar e distribui o empuxo de maneira adequada. Nem todos os coletes são iguais, por isso, antes de comprar, experimente diversos modelos para saber qual o mais adequado ao seu físico e tipo de mergulho. Uma observação: esqueça o inflador oral durante o mergulho: ele não economiza ar e dificulta sensivelmente o controle de profundidade, devendo ser usado apenas em situações de emergência.

Cilindro: os cilindros de alumínio comuns são terríveis em termos de flutuabilidade: eles são negativos quando cheios e 1 ou 2 kg positivos quando vazios, alterando drasticamente o equilíbrio hidrostático do mergulhador ao longo do mergulho. Neste caso, a única alternativa é complexa e dispendiosa: a utilização de cilindros de aço, normalmente neutros ou ligeiramente negativos quando vazios.

Outros equipamentos: lanternas, máquinas fotográficas e outros acessórios podem afetar o equilíbrio hidrostático do mergulhador. Até mesmo as nadadeiras são importantes ! Tome como exemplo uma nadadeira que flutue aliada a botas de neoprene. Elas tenderão e elevar os pés do mergulhador, enquanto nadadeiras de calçar mais pesadas tenderão a fazer as pernas do mergulhador permanecerem mais baixas. A medida que você for evoluindo sua técnica de controle de flutuabilidade, verifique o restante de seu equipameno para fazer um ajuste fino do conjunto.

Técnicas Básicas

Com o equipamento ajustado, o segundo passo é na piscina: determinar a quantidade de lastro necessária. Coloque sua roupa, máscara, snorkel e nadadeiras, entre na água e relaxe. Para que este método funcione, o mais importante é se sentir completamente relaxado. Você não deve usar as pernas para se manter na superfície, por isso o melhor a fazer é cruza-las.na altura dos tornozelos. Na posição vertical, respirando normalmente pelo snorkel e olhando horizontalmente, peça para alguém ir lhe passando peças de lastro até que a água esteja no nível de seus olhos. O ideal é ter paciência ir acrescentando lastro em pequenos incrementos (peças de 1 kg ou até mesmo 0,5 kg). No final deste exercício, você deverá afundar ao expirar. Experimente nadar um pouco pela piscina e descobrir as vantagens do mergulho livre com flutuabilidade neutra.

Coloque então seu colete, com cilindro e regulador devidamente montados. Se ele estiver vazio e o cilindro estiver cheio, você não deverá sentir alteração na sua flutuabilidade. Se sentir que está mais positivo, verifique duas coisas: se o colete está realmente vazio e não está prendendo ar e se você não está respirando mais profundamente, fora de seu padrão normal. A respiração profunda pode aumentar o volume pulmonar médio e, consequentemente, a sua flutuabilidade. Da mesma forma que no exercício anterior, você deverá poder ir para o fundo simplesmente expirando, sem bater as pernas ou os braços. Vale lembrar mais uma vez que se você fez estes exercícios na piscina, deverá refazê-los no mar, já que provavelmente terá que acrescentar um ou dois quilos de lastro para compensar a diferença de densidade entre a água doce e a água salgada.

Uma vez no fundo, você provavelmente estará negativo e é hora de relembrar o curso básico e ajustar o colete. Um dos melhores exercícios para isto é o chamado pivot. Deitado de barriga para baixo no fundo e completamente relaxado, inspire profundamente. Se você não começar a flutuar, vá adicionando ar em seu colete aos poucos até que sinta a parte superior de seu corpo subindo quando inspira e descendo quando expira, fazendo um pivot apoiado em seus pés. Nesta situação o seu colete está completamente ajustado e você deve ser capaz de dar voltas na piscina à meia água, sem ter que se esforçar para manter a flutuabilidade.

Outro segredo dos mergulhadores experientes é o padrão de respiração. Sem nunca prender o ar em seus pulmões durante as mudanças de profundidade, é possível mudar a forma com que você respira para manter, na média, mais ou menos ar nos pulmões. Pulmões mais cheios implicam em flutuabilidade maior e pulmões mais vazios, em flutuabilidade menor. Relaxado na piscina, veja como é possível inspirar profundamente e expirar pouco para manter os pulmões mais cheios. Experimente também o contrário, tentando manter os pulmões mais vazios. Esta técnica permite alterações de profundidade sem o uso do colete, o que pode ser muito útil quando você está com as mãos ocupadas ou deseja subir ou descer apenas um ou dois metros. Mas lembre-se: a principal função de seus pulmões é fornecer oxigênio ao seu corpo e não controlar profundidade, assim seu padrão de respiração deve ser antes de mais nada seguro.

Experimente respirar mais ou menos profundamente (sem nunca prender a respiração) para ver como você pode mudar a profundidade sem ter que nadar.

Técnicas avançadas

Ajustar o lastro e o colete para obter flutuabilidade neutra é apenas o começo de um bom controle de flutuabilidade. Um ponto normalmente ignorado pela maioria dos mergulhadores é a posição do corpo na água. Mesmo neutro, o mergulhador pode estar nadando com o corpo inclinado para cima ou para baixo em função da distribuição do lastro e dos ítens responsáveis pela flutuabilidade (colete, roupa, etc) - é o chamado trim ou "ângulo de ataque". Se o mergulhador não está completamente horizontal ao nadar, ele aumenta a sua área frontal e, consequentemente, o esforço para se movimentar. O ajuste do ângulo de ataque é outro exercício que pode ser realizado em piscina.

Mais uma vez, deite no fundo e relaxe. Comece a se movimentar lentamente, utilizando somente as pernas e mantendo as mãos juntas nas costas ou na barriga. Nade até estar a cerca de 50 cm do fundo numa posição horizontal e pare. Sem se mexer, veja para onde seu corpo se inclina. Na maioria das vezes, seu tronco ou suas pernas tenderão a flutuar. A não ser que seja uma das poucas pessoas que flutuam naturalmente horizontais, você provavelmente gasta boa parte de seu ar tentando manter esta posição durante o mergulho, mesmo quando quer permanecer parado. Mas como corrigir o ângulo de ataque ? Existem várias opções.

    Alterar o posicionamento do cilindro: está é a melhor alternativa, já que não implica em grandes alterações no equipamento. Se seu tronco flutua e as pernas afundam, experimente prender o seu colete mais abaixo do cilindro, deslocando o cilindro mais para cima (mas não o suficiente para fazer com que sua cabeça bata no primeiro estágio do regulador). Caso suas pernas flutuem, tente colocar o cilindro mais baixo.

    Alterar a distribuição do lastro: a maioria dos mergulhadores utiliza todo o lastro na cintura. Mas você pode coloca-lo em outras posições para alterar o ângulo de ataque. As idéias mais comuns são prender um ou dois quilos de lastro na parte mais alta do cilindro (com uma tira de nylon e um fecho idêntico ao que prende o colete ao cilindro) para corrigir uma flutuabilidade excessiva do tronco e o uso de ankle weights. Ankle weights são pequenos lastros utilizados nos tornozelos, muito semelhantes aos utilizados em academias de ginástica. Com meio ou um quilo para cada tornozelo, eles são muito utilizados por mergulhadores equipados com roupas secas e ajudam a corrigir uma flutuabilidade excessiva das pernas (embora aumentem ligeiramente o esforço para natação).

    Alterar seu equipamento: botas de neoprene e nadadeiras que flutuam ou afundam podem alterar significativamente a flutuabilidade de suas pernas. Se elas tendem a flutuar, experimente utilizar nadadeiras de calçar (que dispensam botas em águas mais quentes) ou mais pesadas. Se elas tendem a afundar, tente nadadeiras que flutuem ou botas e meias de neoprene.

Com a flutuabilidade e o ângulo de ataque corretos, é hora de praticar. Algumas escolas podem montar em sua piscina uma verdadeira pista de obstáculos, com quadrados ou anéis pelos quais o mergulhador deve passar. Seria fácil se você pudesse utilizar as mãos, mas o segredo aqui é completar o percurso usando apenas as pernas e a respiração para controlar a profundidade e passar por todos os obstáculos sem tocar em nada.

Alguns exercícios parecem fáceis, mas são verdadeiros desafios. Tente ficar parado a meia água sem se mexer, primeiro em uma posição horizontal e depois em uma posição vertical. Em seguida, escolha um objeto no fundo e pare a um metro dele, sempre sem utilizar as mãos. Tente agora reduzir a distância pela metade. Repita até você estar a 10 ou 15 cm do objeto. Durante as primeiras tentativas, você pode utilizar um dedo (apenas um) como apoio. No mar, apenas tome cuidado para verificar onde você encosta este dedo ! O mesmo dedo pode ser utilizado para afastar-se dos objetos, já que a "marcha-a-ré submarina" é uma técnica ainda mais difícil que o controle de flutuabilidade...

Quando você conseguir manter a posição vertical, experimente cruzar as pernas em uma posição de ioga (segure as pontas das nadadeiras com as mãos para facilitar). Nesta posição e utilizando apenas a respiração, suba e desça três ou quatro metros para praticar. Se você conseguir passar por esta prova sem se desequilibrar, pode se considerar diplomado em controle de flutuabilidade.

O controle de flutuabilidade é uma das técnicas de mergulho que exige treinamento constante, pois a cada dia você descobrirá uma nova maneira de melhorar seu posicionamento na água. Com um pouco de treinamento você logo irá perceber as vantagens de um bom controle de flutuabilidade: mergulhos mais fáceis, menor esforço e menor consumo de ar, sem contar alguns quilos a menos em seu cinto de lastro.